Se Jesus vivesse hoje, seria atacado pelos conservadores
O problema não é Jesus, é o conservadorismo que tenta usá-lo
A palavra conservador tem sido usada em excesso e, pior, como se conservar tudo fosse automaticamente algo bom. Não é. A história mostra o contrário. A sociedade só evoluiu porque não foi totalmente conservadora.
Em nome do chamado conservadorismo e dos bons costumes, pessoas foram perseguidas, silenciadas e até mortas ao longo da história. Mulheres, cientistas, artistas, religiosos e pensadores. Tudo o que desafiava o padrão dominante era tratado como ameaça. Se o mundo tivesse permanecido fiel a um conservadorismo absoluto, ainda viveríamos presos a dogmas que negam direitos básicos e o próprio conhecimento.
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Muitos que hoje se dizem conservadores invocam valores cristãos sem refletir sobre um ponto essencial. Jesus não foi conservador. Em João 8:7, diante da mulher acusada de adultério, ele rompe com a tradição punitiva ao dizer: “Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra”. Se Jesus fosse conservador nos moldes da época, teria permitido o apedrejamento. Não permitiu. Preferiu a misericórdia à rigidez da lei. Esse episódio deixa claro que Jesus não foi conservador, porque escolheu a humanidade acima dos costumes.
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Essa postura se repete quando Jesus desafia normas religiosas profundamente arraigadas. Em Marcos 2:27, ele afirma: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado”. Aqui, mais uma vez, Jesus não foi conservador. Ele relativiza uma das tradições mais sagradas de seu tempo para afirmar que a vida e o bem-estar das pessoas estão acima da regra.
Outro exemplo incontestável aparece em Mateus 9:10-13, quando Jesus se senta à mesa com cobradores de impostos e pecadores. Questionado pelos religiosos, responde: “Misericórdia quero, e não sacrifício”. Essa atitude afrontava diretamente o conservadorismo religioso da época. Ao conviver com os excluídos, Jesus demonstra novamente que não foi conservador, pois rompeu com a lógica da separação moral imposta pelos costumes.
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O exagero contemporâneo chega ao absurdo quando até um comercial de Havaianas, que diz para usar os dois pés, passa a ser tratado como provocação ideológica. Nesse ritmo, não seria surpresa que alguém defendesse arrancar a mão esquerda ou o pé esquerdo em nome da pureza dos costumes. Quando o conservadorismo abandona a prudência, transforma-se em paranoia moral, algo completamente distante da mensagem cristã, já que Jesus não foi conservador, mas um questionador permanente do status quo.
Há ainda outro ensinamento fundamental em Mateus 23:27-28, quando Jesus critica os fariseus ao dizer que eles são como sepulcros caiados, bonitos por fora, mas cheios de hipocrisia por dentro. Essa fala não apenas confronta a elite religiosa como desmonta a ideia de que aparência moral e tradição equivalem à justiça. Mais uma vez, Jesus não foi conservador, pois atacou diretamente a moralidade encenada e vazia.
O corpo humano é perfeito justamente porque funciona em equilíbrio. O lado direito do corpo é controlado pelo hemisfério esquerdo do cérebro, enquanto o lado esquerdo é controlado pelo hemisfério direito. Isso demonstra que, quando ambos trabalham em harmonia, as coisas acontecem. Não é a eliminação de um lado que gera ordem, mas o funcionamento conjunto.
Conservar valores pode ser saudável. Conservar preconceitos, medos e dogmas não é virtude, é atraso. A palavra conservador não pode servir como escudo para impedir reflexão, criatividade e evolução social. Quando a fé, a moral ou a tradição são usadas para oprimir, é fundamental lembrar, à luz dos próprios Evangelhos, que Jesus não foi conservador, mas um agente de transformação.
Segundo a Bíblia, líderes religiosos conservadores da época conspiraram para matar Jesus porque ele desafiava tradições rígidas e sua autoridade.
Mateus 26:3–4 relata que os chefes dos sacerdotes e anciãos, defensores da lei e dos costumes estabelecidos, planejaram sua morte.
João 11:47–53 mostra que decidiram eliminá-lo por medo de perder poder e controle sobre o povo.
Refletir não destrói valores. Pensar é o que nos impede de repetir os erros do passado.


