Tendência imobiliária: porque a localização tem superado a metragem na preferência do consumidor
Por Luiz Montans*
Muito mais do que dinheiro, como diz o ditado, tempo é qualidade de vida. E esse tem sido um dos principais norteadores da escolha dos brasileiros na hora de adquirir um imóvel. Por isso, a localização dos empreendimentos é um atributo cada vez mais importante e que não pode escapar ao radar de quem constrói. Estar próximo do trabalho, da escola, dos filhos, dos centros de compras, das opções de lazer, de eixos de transporte e terminais não é luxo, mas uma necessidade.
Por isso, já há algum tempo, esse tem sido também um critério crucial da MRV na escolha dos lotes para construção de novos empreendimentos. Não apenas em Curitiba, mas em outras grandes cidades do Paraná, temos priorizado apartamentos compactos em terrenos mais centrais e bem conectados às principais vias de ligação.
Esse movimento representa um novo morar, uma busca do consumidor por oferecer à família uma vida mais tranquila e sustentável. Uma vez que se vive mais próximo de regiões centrais ou de eixos de transporte que permitam uma independência maior do transporte individual, temos também um quadro de redução de emissão de gases do efeito estufa, responsáveis pelas mudanças climáticas. Ainda não nos esquecemos das imagens das enchentes de 2024 no Rio Grande do Sul e já nos deparamos com mais cenas tristes de tragédias causadas por estas mudanças, recentemente, com os tornados no Centro-Sul do Paraná.
Do ponto de vista do desenvolvimento imobiliário, é preciso equilibrar custo e localização. A MRV busca viabilizar o preço final dos imóveis por meio de empreendimentos mais adensados, com maior número de unidades, o que é possível graças à legislação urbana de cidades que têm planos diretores mais permissivos em regiões centrais. É um movimento que o mercado entende e aceita: apartamentos mais compactos em regiões mais privilegiadas.
O impacto dos empreendimentos no entorno é outro ponto relevante. Observamos que novos condomínios geram vitalidade comercial e valorização da região. Quando colocamos 300 famílias em um terreno, o entorno muda: surge movimento, comércio, serviços. Terrenos antes degradados se transformam e passam a qualificar a micro-região.
No Paraná, temos apostado em apartamentos de dois dormitórios, menores e centrais. Adequados não apenas a investidores, mas também a famílias. A tendência é que imóveis familiares também ocupem áreas centrais, mesmo com metragem mais compacta. Em Curitiba, por exemplo, a MRV lançará seu primeiro empreendimento no bairro Cidade Industrial de Curitiba (CIC) em maio de 2026.
Cada metro mais próximo do trabalho representa mais qualidade de vida. Morar bem localizado é, sim, uma escolha sustentável: menos carro, mais cidade, mais vida.
*Diretor de Desenvolvimento Imobiliário na MRV, lidera a captação de terrenos, com foco estratégico em incorporação e impacto urbano.



