Misturaram esgoto com a água? A sujeira que preocupa não está nas torneiras, mas na gestão da Sanepar

Misturaram esgoto com a água? A sujeira que preocupa não está nas torneiras, mas na gestão da Sanepar

A manchete é um trocadilho. A qualidade da água fornecida pela Sanepar não está em questão e segue sendo reconhecida como muito boa. Não há qualquer indício de contaminação, falha no tratamento ou risco à saúde da população. O que está sob suspeita são questões ligadas à gestão da estatal e às denúncias que envolvem seu uso político.

Nos últimos dias, a Sanepar passou a ocupar o centro de uma série de denúncias que levantam suspeitas sobre um possível uso da estrutura da empresa para sanear um suposto desfalque de recursos de campanha eleitoral do governador Ratinho Junior. As acusações também citam, de forma recorrente, o nome do secretário estadual Guto Silva, um dos principais articuladores políticos do atual governo.

O caso ganhou um novo capítulo com a divulgação de um vídeo do suplente de vereador de Guarapuava, Glauberson Rocha. No áudio, ele afirma que foi demitido por justa causa da Sanepar após ter feito uma denúncia de corrupção dentro da empresa.

Segundo Glauberson, a comunicação da demissão ocorreu dentro da própria estatal, na presença de coordenadores e servidores identificados. No relato, ele afirma que já esperava a decisão e diz que levará o caso ao Ministério Público, aos órgãos de controle e à Justiça, adotando todas as medidas cabíveis com o apoio de seus advogados.

A declaração reacende um ponto sensível nas denúncias que envolvem a Sanepar. A possível retaliação a quem denuncia irregularidades. Caso essa versão seja confirmada, o episódio levanta questionamentos graves sobre os mecanismos de integridade, transparência e proteção a denunciantes dentro de uma empresa pública estratégica para o Paraná.

Até o momento, é importante destacar que as acusações permanecem no campo das suspeitas e dos relatos apresentados por envolvidos e divulgados pela imprensa. Cabe aos órgãos competentes apurar os fatos, esclarecer responsabilidades e verificar se houve irregularidades, retaliações ou uso indevido da estrutura da estatal.

A população, por sua vez, pode ficar tranquila quanto à água que consome. Ela segue limpa. A sujeira que preocupa, segundo as denúncias, estaria nos bastidores da política e da gestão pública.

A redação do O Diário de Maringá informa ainda que outras denúncias continuam chegando, envolvendo suposto desvio de recursos e até suspeitas de pagamento de propina em contratos da Sanepar. De acordo com os relatos recebidos, haveria a desconfiança de que empresas vencedoras de licitações seriam pressionadas a repassar valores indevidos e que, em caso de recusa, poderiam até perder contratos com a estatal.

Se essas denúncias não forem devidamente esclarecidas, o Paraná corre o risco de ver sua imagem nacional comprometida. O Brasil não terá uma boa impressão sobre o que Ratinho Junior e Guto Silva fizeram com o Paraná caso o governo não apresente respostas claras, transparentes e baseadas em investigação rigorosa.

Redação O Diário de Maringá

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