Sanepar : O Missionário é Ricardo Arruda, mas a bênção viria de Guto Silva?
Áudios vazados expõem lobby de Ricardo Arruda por contratos de tecnologia e a “bênção” de Guto Silva
Gravações detalham a insistência do deputado, apelidado de “o missionário”, para emplacar empresas de informática e mídia em prefeituras, condicionado à autorização de chefia política paralela.
Novos trechos dos áudios que abalaram os bastidores da política paranaense trazem à tona o envolvimento direto do deputado estadual Ricardo Arruda em articulações para viabilizar contratos privados junto a administrações municipais. As gravações revelam que o parlamentar, referido na conversa como “o missionário”, exerceu intensa pressão sobre um alto funcionário ligado ao grupo político de Guto Silva para conseguir uma reunião urgente.
Segundo o diálogo captado, a insistência de Arruda foi notável. O interlocutor narra que o deputado ligava incessantemente desde a manhã do dia anterior, demonstrando desespero para ser atendido. Ao conseguir a atenção desejada, a pauta não era legislativa, mas comercial. Arruda buscava apoio para introduzir sistemas de informática e serviços de mídia em diversos municípios, utilizando a máquina pública como facilitadora desses negócios.
O “Pedágio” Político
A resposta dada ao deputado expõe com clareza como funcionava a engrenagem de influência. O interlocutor, que no áudio demonstra ter autoridade para indicar municípios e abrir portas para essas empresas, garantiu a Arruda que ajudaria com o maior prazer. No entanto, estabeleceu uma condição inegociável: nada aconteceria sem a autorização prévia de Guto Silva.
A frase “se o Guto me autorizar, eu ajudo” resume a hierarquia paralela que operava acima das estruturas oficiais. O áudio sugere que o trânsito livre para negócios privados dentro das prefeituras dependia exclusivamente do aval político de Silva, transformando o apoio institucional em uma moeda de troca centralizada.
O silêncio agora é cumplicidade. Cabe aos deputados exigir explicações imediatas do deputado e missionário Ricardo Arruda, que até o momento passou ao largo de qualquer cobrança ou pedido formal de providências. A partir do alerta feito pelo O Diário de Maringá, a omissão deixa de ser tolerável. A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) tem a obrigação institucional e moral de agir, apurar os fatos com rigor e demonstrar à sociedade que não compactua com a conivência nem com o corporativismo. Se não houver reação, a Alep assume o risco de transformar a omissão em responsabilidade política.
Ouça o áudio :



