Amar um Narcisista: Quando o relacionamento vira sobrevivência

Relacionamentos deveriam ser espaços de acolhimento, parceria e construção mútua. No entanto, quando se convive com um narcisista, o que era para ser amor se transforma, aos poucos, em controle, dor e confusão emocional.
O narcisista, muitas vezes, encanta no início. Sabe exatamente o que dizer, como se portar e como conquistar a admiração de todos. Para quem vê de fora, é simpático, educado e até generoso. Mas, dentro de casa, com as pessoas mais próximas, revela sua verdadeira face: manipulador, frio e extremamente egocêntrico. Costuma fazer críticas constantes, não aceita ser contrariado e, quando confrontado, inverte a situação para culpar o outro. A vítima passa a duvidar de si mesma, de sua memória e até da própria sanidade.
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Nos relacionamentos amorosos, a pessoa que vive com um narcisista vai, aos poucos, perdendo sua identidade. Seus sentimentos são desvalorizados, suas conquistas diminuídas e todo esforço parece insuficiente. E tudo isso acontece de forma sutil, quase invisível para quem está de fora. Trata-se de uma violência psicológica silenciosa, mas profundamente destrutiva.
Quando há filhos envolvidos, o cenário se torna ainda mais delicado. O narcisista costuma enxergar os filhos como uma extensão de si mesmo, exigindo obediência cega e reconhecimento constante. Em alguns casos, utiliza as crianças como instrumento de manipulação, colocando-as contra o outro genitor. O amor oferecido é condicional, baseado em desempenho, o que pode causar sérios danos emocionais e comprometer a autoestima dessas crianças.
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A crueldade do narcisista se revela também na diferença de comportamento. Em público, é encantador. Em casa, é autoritário e opressor. Essa contradição faz com que muitos duvidem da vítima, o que a deixa ainda mais isolada e sem apoio.
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Por isso, é fundamental falar sobre esse tipo de relacionamento. Reconhecer os sinais, buscar apoio e compreender que amor verdadeiro não causa sofrimento. Amar alguém nunca deve significar abrir mão de si mesmo. Romper esse ciclo pode ser difícil, mas é possível. Com informação, apoio profissional e fortalecimento emocional, a libertação acontece. E ela transforma.

Cleide Marchiotti é psicóloga, psicanalista e especialista em relacionamentos. Atua com terapia individual, psicoterapia de casal, psicanálise contemporânea, sexualidade, atendimento para luto e tratamento de traumas emocionais.