Roturas retinianas podem evoluir para descolamento de retina

A rotura retiniana ocorre pelo descolamento do vítreo, que traciona a retina no ponto de maior aderência, rasgando-a. Esse problema é urgente, mas, com diagnóstico precoce e intervenção adequada, é possível proteger a visão.
De acordo com dados epidemiológicos, o descolamento regmatogênico atinge entre cinco a 20 casos por 100.000 pessoas-ano, e a presença de rotura aumenta significativamente esse risco. Fatores como miopia, cirurgia de catarata prévia, traumatismo ocular, degenerações retinianas e histórico familiar duplicam as chances de evolução para descolamento.
As roturas retinianas, também chamadas de rupturas ou furos, representam um dos principais fatores de risco para o descolamento de retina do tipo regmatogênico, condição que ocorre quando o humor vítreo líquido penetra no espaço sub-retiniano, levando à separação da retina sensorial do epitélio pigmentado. É o que explica a retinóloga Dra. Geraldine Ragot de Melo, que atua como médica assistente e orientadora no Hospital de Transplantes Dr. Euclides de Jesus Zerbini e completa:
- Traumas oculares: pancadas ou acidentes podem romper a retina;
- Alta miopia: olhos mais longos têm retina mais fina e vulnerável;
- Doenças inflamatórias: uveíte ou toxoplasmose aumentam o risco;
- Cirurgia prévia: como a de catarata, que altera a dinâmica ocular;
- Diabetes: retinopatia diabética pode fragilizar a retina;
- Pessoas acima de 50 anos ou com histórico familiar também devem ficar atentas.
“A identificação precoce de roturas retinianas em exames de fundo de olho dilatado é fundamental para evitar complicações graves”, alerta a retinóloga e completa: “Mesmo quando assintomáticas, as roturas exigem avaliação especializada e, muitas vezes, tratamento profilático com fotocoagulação a laser ou crioterapia para prevenir o avanço para descolamento”
“Sinais como flashes luminosos, aumento repentino de moscas volantes ou um “véu escuro” que obscurece parte do campo visual requerem avaliação oftalmológica imediata”, reforça a médica.