Ratinho Junior se esconde atrás da esposa após prefeita cobrar plano para os municípios

Ratinho Junior se esconde atrás da esposa após prefeita cobrar plano para os municípios

Prefeita cobra coerência fiscal e planejamento do governo estadual após redução do IPVA e uma suposta exclusão de Ponta Grossa no plano de investimentos.

Após a prefeita Elizabeth Schmidt alegar que Ponta Grossa estaria sendo preterida no Plano de Investimentos do Governo do Paraná, a primeira-dama Luciana Massa saiu em defesa do governador Ratinho Junior. No entanto, é importante lembrar que esta não é a primeira vez que Elizabeth se posiciona sobre as políticas financeiras do Estado. Em outra oportunidade, a prefeita já havia alertado sobre o impacto da redução de 45% no valor do IPVA, medida que ela considera positiva e importante para os contribuintes, mas que foi implementada sem um plano de compensação para evitar perdas na arrecadação dos municípios.

Esse é, na verdade, o ponto central da discussão: a falta de planejamento do governo estadual para equilibrar medidas de alívio tributário com a sustentabilidade financeira das prefeituras. Ao contrário do que tenta sugerir Luciana Massa, a fala de Elizabeth não é um gesto político isolado, mas uma crítica consistente a um modelo de gestão que privilegia o marketing em detrimento da responsabilidade fiscal compartilhada.

A defesa da primeira-dama soa mais como uma estratégia de contenção de danos do que como um argumento técnico. Ratinho Junior, ao permitir que sua esposa assuma a linha de frente na resposta, parece mais preocupado em preservar sua imagem do que em enfrentar o debate de forma direta e transparente. É uma forma de evitar o desgaste e o risco de ser acusado de misoginia política, enquanto continua sem apresentar um plano concreto de repasse aos municípios.

Enquanto isso, a maioria dos prefeitos permanece em silêncio, talvez por conveniência, medo de retaliação ou simples alinhamento partidário. Nesse contexto, a postura de Elizabeth Schmidt ganha ainda mais relevância. Sua coragem em vocalizar o que tantos pensam, mas não dizem, é um gesto raro de independência e compromisso com sua cidade e com o municipalismo.

O governo estadual precisa entender que política pública não se faz com marketing, e que lealdade institucional não significa submissão. As cidades, que são a base do Estado, merecem respeito, planejamento e previsibilidade.

No fim das contas, a pergunta que fica é simples: quem realmente está agindo com responsabilidade — a prefeita que cobra coerência e planejamento, ou o governador que prefere o silêncio, falando por meio da esposa?

O Paraná precisa de respostas, não de porta-vozes.

Redação O Diário de Maringá

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