Mercado de combustíveis no Brasil deve ter grande mudança, com aumento das importações.
SÃO PAULO (Reuters) – O setor privado deverá ampliar a participação no mercado brasileiro de derivados de petróleo nos próximos anos, conforme a estatal Petrobras se prepara para reduzir a presença em operações de distribuição e o setor se prepara para o aumento das importações.
Agentes de mercado acreditam que os problemas financeiros da Petrobras deverão abrir caminho para investimentos privados, principalmente em logística.
A crescente escassez de combustível produzido domesticamente também deve impulsionar projetos de terminais portuários, usinas de etanol e mesmo refinarias, o que dependerá do estabelecimento de regras claras por um eventual novo governo.
A presidente Dilma Rousseff sofreu uma impactante derrota no domingo, quando a Câmara dos Deputados aprovou por ampla maioria o encaminhamento ao Senado de seu processo de impeachment.
“Nós vamos ver uma onda de mudanças no setor, com a Petrobras focando em exploração e produção”, disse o vice-presidente de logística, negociação de combustíveis e distribuição da Raízen, joint venture entre a produtora de etanol Cosan e a Royal Dutch Shell.
O presidente do Conselho de Administração da Cosan, Rubens Ometto, disse mais cedo neste mês que a companhia irá avaliar com cuidado ativos que a Petrobras eventualmente coloque à venda.
A Petrobras, altamente endividada e envolvida em um escândalo de corrupção, pretende levantar 15 bilhões de dólares com desinvestimentos até o final deste ano, sendo que 30 por cento desse valor deverá vir da venda de ativos de distribuição.
Embora a empresa não tenha divulgado em detalhes seus planos, fontes dizem que ela poderá vender o controle da BR Distribuidora, enquanto reportagens na mídia falam sobre possível desinvestimento em gasodutos.