Professores enfrentam distribuição caótica de aulas.
O rancor do governo contra os(as) professores(as) do Paraná tem alcançado níveis assustadores. Hoje (03), em mais um dia de distribuição de aulas, o calvário continua. Centenas de professores(as) concursados(as) – do Quadro Próprio do Magistério (QPM) – se amontoaram para tentar conseguir aulas. Isto é, pessoas que estudaram e passaram em concursos, muitas que atuam na rede há anos, não têm onde trabalhar. E se não trabalharem, não recebem os seus salários. A revisão de suprimento para os(as) professores(as), que iniciou às 8h da manhã, em quatro endereços (veja abaixo), não tem hora para acabar. O caso da professora C.M.F., de Curitiba, que tem dois padrões, simboliza bem o que está acontecendo.
“Eu tenho dois padrões de 20 horas. Um mais antigo e outro que tomei posse em 2015. No primeiro dia de distribuição, consegui as 20 horas as aulas do padrão mais antigo na escola onde sou lotada. No segundo, estou lotada no município. Hoje, às 8h da manhã cheguei aqui, para distribuição. A primeira coisa que o pessoal do Núcleo Regional de Educação de Curitiba fez foi a chamada das 600 pessoas que constavam na lista. Com o sistema dando problema, até o meio da tarde eles só tinham atribuído aulas a 30 pessoas professores. Outras 49 – que também iriam pegar aulas de História – continuam na fila. O pessoal do Núcleo disse que se precisar, vamos continuar aqui madrugada adentro”, lamentou.
Quais os problemas – A Secretaria de Estado da Educação (Seed), adotando a política punitiva do governo Richa, adotou criou medidas absurdas através da Resolução 113/2017 (Resolução da Maldade). Com o corte da hora-atividade, o(a) professor(a) é obrigado a assumir mais turmas nas escolas, com isso, diminuiu o número de aulas disponíveis e ‘sobram’ professores(as). E até o momento trata-se apenas dos(as) concursados(as). Não começou a distribuição de aulas extraordinárias e muito menos dos(as) professores(as) temporários(as) (PSS).
O quadro piora com a entrada do novo sistema que está sendo usado pela Seed. Os(as) professores(as) reclamam que além da lentidão, de travar e cair várias vezes, o software está sendo testado agora. Além disso, muitas vezes em muitas escolas o sistema apresentou informações erradas ou desatualizadas quanto a classificação dos(as) professores(as) o que gerou confusão na distribuição das aulas.
Por fim, como a Seed fechou as matrículas no dia 20 de janeiro (nos anos anteriores isto geralmente acontecia no mês de março), o número de turmas é menor (cerca de 10%), o que também impacta negativamente no número de aulas.“O processo de distribuição de aulas sempre apresentou alguns problemas, mas o de 2017 está superando tudo o que a categoria já vivenciou”, .
Diante do desrespeito da Secretaria de Estado da Educação com os(as) professores(as) , a APP-Sindicato orienta que os(as) professores(as) façam constar na ata da distribuição de aulas as irregularidades ou abusos sofridos, registrem de todas as formas e denunciem as dificuldades que têm enfrentado.
Redução de funcionários(as) – A APP-Sindicato também acompanha o chamado “porte de escola”, que é o cálculo realizado pela Secretaria da Educação para determinar o número de trabalhadores por estabelecimento. Em várias regiões já há denúncias de que a Secretaria determinou corte brusco no número de educadores(as), principalmente agentes educacionais que atuam nas funções de apoio e administrativa. A entidade reitera a necessidade da categoria se manter. E não custa lembrar que se ataques do atual governo continuam, a nossa luta – através de instrumentos jurídicos, das mobilizações e da conduta nas escolas – também continuará.