Diante da alta em casos de Covid-19, municípios já suspendem aulas presenciais
Em Guarapuava e União da Vitória, as autoridades consideram um risco manter as aulas presenciais e já anunciaram medidas mais duras de isolamento social
Após aumento de casos de Covid-19 no Paraná, algumas cidades do estado já estão contrariando a medida da Secretaria de Estado da Educação (Seed) em voltar com as atividades presenciais. Nesta segunda-feira (17), a prefeitura de União da Vitória já decretou a suspensão das aulas presenciais, tanto em unidades públicas quanto particulares. Já na região de Guarapuava, o próprio Núcleo Regional da Educação (NRE) recomendou a volta das aulas remotas.
Em União da Vitória, que segundo o boletim publicado pela Secretaria Municipal de Saúde conta com 408 casos confirmados e 84 óbitos por complicações da Covid-19, após pressão de trabalhadores(as) da educação pelo fechamento das escolas, o município decretou um lockdown parcial, com toque de recolher. A presidenta do Núcleo Sindical de União da Vitória, Salete Tonon, considera o decreto uma vitória e aponta que este não é o momento para o retorno das atividades presenciais.
“O secretário da saúde da cidade é um gestor que trabalha a partir da ciência, assim como o vice-prefeito, o que favorece o diálogo bom sobre a questão do adiamento do retorno presencial”, destaca Salete Tonon.
A presidente ainda enfatiza que a cidade de União da Vitória enfrenta um grave problema em relação a cidade vizinha de Porto União, onde por ser outro estado com uma política mais branda de isolamento, contribui para a alta circulação do vírus na região. “Esperamos um posicionamento do governo do Estado sobre essa questão, pois isso tem gerado um problema para nossa cidade”, conta Salete Tonon.
Já na cidade de Guarapuava, após Ratinho Jr decretar o retorno de 4 colégios da cidade e 3 da região com 50% da capacidade, o NRE do município voltou atrás, anunciando em grupos do Whatsapp a suspensão das aulas presenciais. De acordo com o Núcleo Sindical da região, a categoria está fazendo o enfrentamento reforçando a falta de segurança para o retorno presencial.
A presidenta do NS de Guarapuava, Terezinha dos Santos Daprai, defende que o retorno das atividades no estado só poderá ser feito após a vacinação em massa da população, garantindo assim que não ocorra contaminação comunitária dentro dos espaços de ensino, agravando ainda mais a pandemia no Paraná.
“A volta das aulas no ensino modo remoto só comprovou os argumentos que levamos para as chefias dos NREs. Não há segurança nas escolas até a vacinação. Vamos manter nossa posição, defendendo a vida e o retorno das atividades presenciais só após a vacinação de 70% da população, que é o ideal para que o afrouxamento das medidas restritivas sejam feitas com segurança”, complementa Terezinha Daprai.
A direção estadual da APP-Sindicato já reafirmou sua posição contrária ao retorno das atividades presenciais. No último sábado (15), o Comando Estadual de Greve reforçou a necessidade da greve, iniciada no dia 10 de maio, quando o Governo retomou aulas presenciais em 200 escolas. Informações sobre como resistir ao assédio de diretores(as) de escola e de Núcleos Regionais de Educação estarão num hotsite na página da APP-Sindicato no início da semana. Nova assembleia da categoria acontecerá dia 29 de maio, para avaliação e mobilização.