Médico especialista de Maringá acende alerta para prevenção e diagnóstico precoce de câncer em mulheres
A campanha Setembro em Flor reforça a importância de prevenir e evitar tratamentos tardios de câncer ginecológico
De acordo com Instituto Nacional de Câncer (INCA), em média cerca de 30 mil brasileiras recebem algum diagnóstico de câncer ginecológico anualmente. Destes, mais de 16 mil correspondem ao câncer de colo uterino. Com números tão relevantes, a campanha Setembro em Flor alerta a população, principalmente as mulheres, sobre os fatores de risco, sinais e sintomas precoces dos cânceres ginecológicos, buscando a redução de incidências por meio da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado.
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O câncer ginecológico se refere aos tumores malignos que se desenvolvem no endométrio, vagina, vulva, ovário e útero, sendo esses dois últimos os mais prevalentes. Além de ser um dos mais incidentes em mulheres, ele apresenta grandes chances de sucesso no tratamento quando o tumor é detectado precocemente. “Temos um grande avanço com a disponibilidade de vacinas profiláticas; abordagens de baixo custo para detecção, como Papanicolau, e tratamento, além de, em casos mais avançados, a possibilidade de cirurgias com métodos modernos”, explica o Dr. Jaime Kulak, Ginecologista do Laboratório São Camilo da Dasa em Maringá.
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Prevenção e diagnóstico precoce
Apesar de serem diferentes, a prevenção e o diagnóstico precoce são complementares. No câncer ginecológico, a adoção de hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos regulares e alimentação balanceada, são fundamentais. Já a detecção precoce identifica sinais e sintomas prévios de doenças ou agravos, mesmo se a pessoa não tiver sintomas. A melhor forma de diagnosticar o câncer de colo do útero precocemente é realizando exames de Papanicolau periódicos, que podem ser combinados com o teste de HPV.
“O exame citopatológico do colo do útero é o mais popular e efetivo para diagnosticar lesões sugestivas. Em casos positivos, as amostras são encaminhadas à investigação e ao tratamento adequado. Mesmo sendo um exame comum, muitas mulheres ainda não realizam, às vezes por constrangimento ou por falta de informação sobre a técnica e a importância do preventivo”, esclarece o Dr. Kulak.
Segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças cardiovasculares, o câncer apresenta possibilidades de cura de até 90% (dependendo do tipo da neoplasia), quando detectado precocemente.
Tipo de cânceres ginecológicos
Existem 5 tipos de cânceres ginecológicos. De acordo com o Dr. Kulak, o mais recorrente é o de colo do útero devido à alta prevalência de infecção pelo HPV (Papiloma Vírus Humano). Em estágios iniciais, ele é geralmente assintomático. Em estágios avançados, os principais sintomas são a secreção vaginal anormal, dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais, sangramento vaginal ou dores durante a relação sexual. Além do câncer de colo de útero ainda há:
- Câncer de endométrio, que atinge principalmente mulheres na fase pós-menopausa e aquelas que nunca que nunca tiveram filhos. A maioria das pacientes com essa neoplasia apresenta sangramento vaginal intenso e irregular.
- Câncer de ovário, que possui como principais fatores de risco a idade, diabetes, obesidade e mulheres que não engravidaram. Sintomas inicialmente são leves e se agravam com a evolução da doença. Podem ocorrer aumento de volume abdominal, dores no abdômen e sintomas urinários e intestinais.
- Câncer de vulva e de vagina, assim como o de colo do útero, têm como principal fator de risco a infecção do HPV. Considerado a infecção sexualmente transmissível mais comum, o HPV é altamente contagioso e é possível ser infectado mesmo se houver uma única exposição. Os principais sintomas do câncer de vulva são nódulo vermelho na região, úlceras, ardência na área genital, dor ao urinar e sangramento fora da menstruação. Os sinais do câncer vaginal envolvem sangramento e/ou corrimento vaginal anormal e dor durante a relação sexual. Em casos avançados, os sintomas podem ser constipação, dor ao urinar, inchaço nas pernas e dor nas costas.
Vacina contra o HPV
As infecções pelo vírus do HPV atingem o trato reprodutivo e são muito frequentes, além de responsáveis por uma variedade de cânceres e outras condições em homens e mulheres. Nelas, o HPV é suspeitado pelo exame de Papanicolau e diagnosticado no exame de PCR na amostra proveniente da coleta do Papanicolau. Além de ser o método mais sensível, permite a identificação do genótipo do vírus, auxiliando na conduta médica.
A melhor maneira de prevenir o HPV é por meio da vacinação antes do início da vida sexual. Recomenda-se que esse grupo-alvo receba duas doses da vacina contra o HPV com pelo menos seis meses entre as doses.
“A vacina HPV quadrivalente está disponível na rede pública para meninas e meninos de 9 a 14 anos, assim como para homens e mulheres com HIV/AIDS, submetidos a transplantes de órgãos sólidos e pacientes oncológicos de 9 a 45 anos. Porém, ela pode ser indicada por um médico de acordo com a condição de cada paciente. Já a vacina contra o HPV nonavalente está disponível para homens e mulheres de 9 a 45 anos de idade na rede privada. Nos laboratórios de medicina diagnóstica da Dasa, esses dois imunizantes podem ser encontrados”. Para finalizar, o ginecologista ainda ressalta que além da vacinação, o uso de preservativo durante toda relação sexual também ajuda na prevenção do contágio.
Dr. Jaime kulak, ginecologista, professor da UFPR e especialista em saúde feminina, responde essas e outras dúvidas sobre a neoplasia, além de reforçar o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamento adequado.