Seguranças protestam no lugar errado: empresas, e não prefeitura, atrasam licitação

Um grupo de seguranças realizou uma manifestação em frente à prefeitura de Maringá nesta quarta-feira, cobrando a agilização do processo de licitação para a contratação de serviços de segurança nas escolas municipais. À primeira vista, o protesto parece uma pressão legítima por mais proteção nas unidades de ensino. No entanto, uma análise mais detalhada sugere que o movimento pode estar defendendo os interesses das próprias empresas do setor, em vez de buscar soluções para a população.
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O atraso na licitação, alvo das críticas dos manifestantes, não corresponde à omissão da prefeitura, mas às ações das empresas participantes do processo. Segundo fontes da administração municipal, as companhias de segurança que disputam o contrato têm recursos apresentados e impugnações administrativas contra o resultado do certo, impedindo que a vencedora assuma o serviço. Essa prática, embora prevista em lei, trava a contratação e prolonga a espera por segurança nas escolas.
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Especialistas consultados pela reportagem destacam que a prefeitura não pode ceder à pressão da manifestação e definir um vencedor ignorando os trâmites legais. A legislação brasileira estabelece prazos e procedimentos rígidos para licitações, com o objetivo de garantir transparência e igualdade entre os concorrentes. “A administração é pública de mãos atadas. Desrespeitar a lei pode gerar processos por improbidade ou até a anulação do contrato no futuro”, explica Fábio Margaridi advogado especializado em direito público.
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Os críticos apontam que o protesto funciona como uma cortina de fumaça, ocultando o verdadeiro problema: as próprias empresas de segurança, ao recorrerem contra a licitação, são as responsáveis pela demora. Enquanto o impasse continua, a população segue à espera de uma solução que atende às necessidades das escolas municipais.
Foto Manchete: Luciana Penha/CBN