Servidores bronqueados: prefeito de Floresta aumenta salários de cargos de confiança e deixa funcionalismo de lado?
A insatisfação dos servidores e da população de Floresta tem crescido após o envio à Câmara Municipal do projeto do prefeito Rogério Mendes (PSD), que cria novos cargos de confiança e concede reajustes generosos para comissionados, enquanto corta benefícios de quem mais precisa e ignora problemas graves na saúde.
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O projeto prevê a criação de 14 novos cargos comissionados, elevando o número de nomeados de 65 para 79. Além disso, todos os cargos de confiança — novos e antigos — receberão aumento salarial que varia de 9,22% a 18,10%, gerando um impacto de R$ 70.868,63 mensais nas contas públicas.
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O contraste com a realidade dos servidores e da população é chocante. Enquanto cargos de confiança recebem reajustes acima da inflação, os trabalhadores efetivos da Prefeitura ainda não tiveram nem sequer a reposição da inflação garantida. O magistério conseguiu 7% e os demais servidores aguardam um reajuste que, segundo apurações, não deve ultrapassar 6%.
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Ao mesmo tempo em que o prefeito aumenta a folha dos comissionados, a gestão municipal promove cortes em áreas essenciais:
- Corte das horas extras dos garis, profissionais responsáveis pela limpeza da cidade.
- Corte das marmitas que eram destinadas aos pacientes de hemodiálise, muitos deles vindos da zona rural e de bairros distantes, que agora precisam arcar com alimentação durante o tratamento.
- O setor de Agendamento, que recebe e gerencia todos os pedidos de consultas, exames e atendimentos especializados do município, opera com apenas R$ 25 mil por mês. A consequência disso são filas com esperas superiores a um ano e meio para a realização de exames básicos e consultas.
Para se ter uma ideia, se o valor de R$ 70 mil destinado ao aumento dos cargos de confiança fosse realocado para o setor de agendamentos, o orçamento saltaria para R$ 95 mil mensais, o que, segundo estimativas internas, eliminaria as filas de espera em menos de seis meses.
Servidores indignados
“É inaceitável que, enquanto o servidor efetivo — que sustenta a administração no dia a dia — ainda aguarda um reajuste, o prefeito apresente um pacote que cria mais cargos e concede aumentos superiores à inflação para os cargos de confiança”, afirmou um servidor, que pediu anonimato por temer retaliações.
O clima nos bastidores da Câmara é de pressão. Servidores e parte da sociedade esperam que os vereadores rejeitem o projeto, que, para muitos, parece mais um ato de favorecimento político do que uma política de valorização do serviço público.
Veja abaixo:
