Turismo regenerativo incentiva a conservação ambiental

A crescente demanda por experiências em ambientes naturais reforça o potencial do turismo regenerativo como um aliado poderoso da conservação. Em 2024, o Brasil registrou um recorde de 25,5 milhões de visitas a Unidades de Conservação (UCs), comprovando o interesse crescente da população em se conectar com a natureza.
Nesta prática, as comunidades locais não são simples figurantes, mas sim aliadas no planejamento, desenvolvimento, gestão e operação das atividades turísticas. Elas também detêm o controle e as decisões sobre como o turismo é conduzido, desde a oferta de serviços até a gestão dos recursos.
A proposta une trilhas leves, banhos de cachoeira e meditação na natureza. O silêncio da mata, o som da água corrente e a paisagem se tornam aliados para observação da fauna, caminhadas leves e hospedagem tranquila.
“O turismo regenerativo surge como uma ferramenta poderosa para a conservação e o desenvolvimento socioeconômico, criando uma ponte genuína entre o viajante e a floresta, pautada pela ética, pela ciência e pelo afeto. Dessa forma, é possível fomentar uma economia que valoriza a floresta em pé e a cultura vibrante da comunidade“, salienta Vininha F. Carvalho, economista, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
A atuação da Aura Amazônia na RDS do Uatumã é um case exemplar de como o turismo pode ser uma força motriz para o desenvolvimento sustentável. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã, localizada no estado do Amazonas, abrange 424 mil hectares e é o lar de 461 famílias em 22 comunidades ribeirinhas. O engajamento comunitário é um pilar central, onde o turismo acompanha o fortalecimento do manejo e o protagonismo produtivo.
Aline Alves, sócia-fundadora e diretora operacional da Aura Amazônia, enfatiza a relevância dessa abordagem: para as comunidades ribeirinhas da RDS do Uatumã, o turismo regenerativo é uma ferramenta vital de geração de renda, permitindo que a floresta permaneça em pé e que seus saberes sejam valorizados.
“Nosso objetivo é que o viajante vivencie uma imersão profunda, na qual ciência, ancestralidade e sensorialidade se encontram, consolidando a Amazônia como um polo de soluções e não apenas de recursos“, afirma Aline Alves.
Diante da crise ambiental e da crescente pressão sobre a Amazônia, o turismo regenerativo surge como uma solução viável para a preservação da biodiversidade e o desenvolvimento econômico sustentável.
“O crescimento acelerado do turismo regenerativo demonstra o interesse crescente das pessoas por saúde, equilíbrio e bem-estar integral”, finaliza Vininha F. Carvalho.