Para onde caminha a família?

Por Osvado Sigles Júnior e Pastor Hugo Campos (Comunidade Cristã Ruah)
“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.”
(Gênesis 2:24)
Essa é a orientação divina para a constituição da família — uma união abençoada entre homem e mulher, com o propósito de formar lares sólidos, amorosos e estruturados. Muito mais do que uma escolha pessoal, a família é um projeto de Deus — e também um pilar constitucional.
A própria Constituição Federal do Brasil, em seu artigo 226, declara:
“A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.”
Mas diante dos dados mais recentes da realidade brasileira, essa base está sendo fragilizada. Segundo o Censo 2022, os lares com apenas uma pessoa estão em alta, e o número de membros por família vem diminuindo. Atualmente, 1 em cada 4 crianças tem apenas o nome da mãe no registro. O casamento é visto com desinteresse por grande parte dos jovens, e o número de divórcios cresce a cada ano — quase metade dos casamentos acaba antes de completar cinco anos.
Essa tendência não é inédita na história da humanidade. No monumental estudo “Declínio e Queda do Império Romano”, publicado por Edward Gibbon em 1788, um dos fatores centrais apontados para a queda daquela que foi uma das maiores civilizações da história foi justamente este:
“A corrosão da dignidade e da santidade do lar, a base para a sociedade humana.”
As bases de uma grande civilização começam a ruir quando o enfraquecimento vem de dentro. Quando a família perde seu valor e sua função social e espiritual, todo o restante é impactado — a educação, a cultura, a fé, a economia, a segurança e o futuro das próximas gerações.
Como será moldado o caráter das nossas crianças em meio a tanta instabilidade?
Como ficará a saúde mental das pessoas diante do colapso das relações familiares?
Quais serão as consequências para a humanidade se não restaurarmos essa base?
A resposta para todos esses questionamentos está em um retorno urgente aos valores eternos. Viver uma vida que agrada a Deus é a solução. É Ele quem nos guia de volta ao essencial, ao amor verdadeiro, ao perdão, ao compromisso, à paternidade presente, ao lar restaurado.
Mas para isso, é preciso humildade para buscar ajuda — e a ajuda que verdadeiramente transforma vem do alto, vem de Deus.
A igreja continua sendo esse lugar seguro, de recomeço e cura, onde famílias podem ser restauradas e pessoas reencontram propósito. Ainda é tempo de reconstruir. Ainda é tempo de voltar para a rocha.