O Dia do Patriota ou da Oportunista?

O Dia do Patriota ou da Oportunista?

A Nova Ordem do Patriotismo: O Brasil do ‘Amor’ ao Tio Sam

Ah, o 7 de setembro! Aquele dia glorioso em que o peito do brasileiro se enche de orgulho, a bandeira verde e amarela tremula ao vento e a gente celebra a nossa independência. Independência de Portugal, diga-se de passagem. Uma data para reafirmar a nossa soberania. Ou será que não?

Parece que, para alguns, o patriotismo anda meio confuso. É um patriotismo de importação, digamos assim. Você se declara brasileiro de coração, mas, na hora de celebrar a nossa nação, ostenta a bandeira de outros países. Que coisa mais moderna!

Pegue a vereadora Giselli Bianchini, por exemplo. Ela é o expoente dessa nova moda. Diz ser brasileira, cristã, patriota, mas, nas manifestações, a bandeira que ela carrega é a dos Estados Unidos e de Israel. É como se ela estivesse dizendo: “Brasil, eu te amo! Mas, olha, o meu modelo de vida, de política e de fé, vem de fora.” A gente fica sem saber se ela está comemorando a independência do Brasil ou a supremacia de outras nações. Uma verdadeira salada geopolítica.

E a liberdade, então? A vereadora é uma fervorosa defensora da liberdade, mas, claro, só da liberdade que a beneficia. A liberdade dela de se manifestar e, se precisar, espalhar uma mentirinha aqui ou ali na tribuna. Já a liberdade do outro, de se expressar e discordar, essa, ela faz questão de reprimir com veemência. É a liberdade à la carte: você só escolhe o que te agrada.

No final das contas, o patriotismo, para alguns, virou uma espécie de performance. Você veste a camisa, canta o hino, mas, no fundo, a alma já está em outro lugar. É a independência com anexo, o patriotismo com asterisco.

E a ironia continua. A vereadora chegou a criar, por meio de uma lei, o Dia do Patriota Conservador. Uma iniciativa louvável, não fosse o fato de a data anteceder convenientemente o seu próprio aniversário. Sendo assim, o que era para ser uma celebração de valores, na prática, se transforma em uma festa particular. Ela aproveita o evento para reunir pessoas, tirar fotos e, depois, inundar suas redes sociais com posts que misturam patriotismo e comemoração de aniversário.

É a prova de que o amor é cego, e o patriotismo, às vezes, também é. Afinal, para que lutar por um país se você pode defender o seu time favorito no exterior e, de quebra, ganhar uma festa de aniversário?

Redação O Diário de Maringá

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