Música Nordestina encerra circuito em três regiões do DF
O projeto “Música Popular Nordestina nas Escolas”, idealizado pelo cantor e compositor Marinho Lima, chega à reta final de sua temporada com apresentações nos dias 29 e 30 de outubro, levando a riqueza da cultura nordestina a estudantes do CED Jardins Mangueiral (Jardim Botânico), da Escola Técnica Leste (Paranoá) e do CED 01 do Itapoã.
Com oito apresentações gratuitas ao longo do mês de outubro, o projeto percorre escolas de quatro regiões administrativas do Distrito Federal — São Sebastião, Paranoá, Jardim Botânico e Itapoã — levando ao público infantojuvenil shows gratuitos e rodas de conversa sobre identidade, diversidade e os compositores que marcaram a música brasileira.
Identidade, autoria e pertencimento
Marinho Lima destaca que o projeto nasceu da vontade de aproximar os jovens das suas próprias raízes culturais. “Eu tinha intenção de apresentar os compositores aos alunos, aliado à minha regionalidade. A música nordestina é base para muitos estilos que se espalharam pelo Brasil”, completa.
O repertório das apresentações mescla obras autorais e clássicos da MPB, incluindo nomes como Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Alceu Valença, Djavan, Chico César, Fausto Nilo, Patativa do Assaré, Raimundo Fagner, Vital Farias e Moraes Moreira. Entre as composições próprias, Marinho apresenta uma faixa inédita, criada especialmente para esta edição.
Música como formação e diálogo cultural
Além de promover espetáculos musicais, o projeto busca formar plateia e incentivar reflexão crítica. Durante as apresentações, os estudantes participam de bate-papos com os artistas, explorando o papel social e profissional da arte.
“Nosso objetivo é despertar a consciência dos jovens. Mostrar que é preciso ouvir com a alma, não apenas com os ouvidos. A arte pode ser uma forma de inclusão social e um caminho profissional”, comenta Marinho.
Estrutura musical
O espetáculo tem cerca de uma hora de duração e combina performance, diálogo e interação com o público. Com direção musical refinada e repertório que une tradição e contemporaneidade, o “Música Popular Nordestina nas Escolas” encerra sua circulação presencial de 2025 reforçando o legado da música como expressão de memória, educação e pertencimento cultural. “Se conseguirmos deixar essa semente nos alunos, já terá valido a pena”, conclui Marinho.
Os músicos que dão voz e ritmo ao Nordeste
O projeto “Música Popular Nordestina nas Escolas” ganha força com o talento de uma banda formada por músicos experientes da cena instrumental brasileira.
Cantor, compositor, violonista e produtor cultural, Marinho Lima acumula três décadas de carreira e mais de 35 anos de intimidade com a música. Piauiense de origem e brasiliense por formação, ele carrega na sonoridade tanto a herança familiar — herdada do pai, também músico — quanto a efervescência cultural da capital federal, onde cresceu desde os dez anos.
A primeira certeza de que seguiria a música veio ainda nos festivais dos anos 1980. Desde então, construiu uma trajetória que passeia do xote ao rock, passando por samba, pagode e pela influência de nomes como Fagner, Djavan, Oswaldo Montenegro e Geraldo Azevedo. Em sua discografia, soma dois CDs e dois DVDs autorais, além de inúmeras produções musicais.
No palco, ao lado de Marinho Lima, estão Nelson Latif (contrabaixo e violão de sete cordas), Márcio Bezerra (clarineta, flauta e sax), José Cabrera (teclado) e Ytto Morais (percussão) — artistas que unem diferentes linguagens e trajetórias em torno de um mesmo propósito: levar às novas gerações o encanto e a riqueza da música popular.
Com sólida carreira e passagem por palcos internacionais, Nelson Latif traz para o projeto sua sonoridade marcada pela fusão entre o choro, o jazz e a música brasileira, resultado de uma trajetória iniciada na efervescente cena musical paulistana dos anos 1980. Sua experiência como promotor cultural também se reflete na proposta educativa do espetáculo.
Márcio Bezerra, multi-instrumentista de Brasília, transita entre o erudito e o popular. Suas intervenções na clarineta, flauta e sax criam pontes entre o choro, o samba e o jazz, sempre com uma escuta voltada ao diálogo entre tradição e experimentação sonora.
No teclado, José Cabrera imprime personalidade com arranjos que equilibram tradição e modernidade. Radicado em Brasília, o músico é reconhecido por sua versatilidade e pela habilidade em mesclar estilos como o samba-jazz, o choro e o jazz contemporâneo.
Completando a formação, Ytto Morais traduz na percussão a alma do Nordeste. Pesquisador de ritmos tradicionais e de matrizes afro-brasileiras, ele combina raízes e contemporaneidade, fazendo da percussão o elo que une emoção, identidade e ritmo em cada apresentação.
Serviço: Apresentações de encerramento
29/10 – CED Jardins Mangueiral (Jardim Botânico)
Local: PA 02, Lote 06, Jardins Mangueiral – Bairro Jardim Botânico
Horário: 11h
29/10 – Escola Técnica Leste (CEP-ETL) (Paranoá)
Local: Quadra 1, Conjunto A, Área Especial 1 – Paranoá
Horário: 17h
30/10 – CED 01 (Itapoã) – Colégio Cívico Militar
Local: Rodovia DF 250, Km 2,5 – Chácara nº 03 – Sítio Rosas – Região dos Lagos
Horário: 9h


