O preço da omissão do governo Cláudio Castro na segurança do Rio
A violência no Rio de Janeiro não é novidade. Mas o que surpreende e revolta é descobrir que, em meio ao caos, o governo do estado deixou de investir boa parte do dinheiro disponível para combater o crime. Segundo dados oficiais, o governo Cláudio Castro utilizou apenas cerca de 32% do orçamento previsto para o Fundo Estadual de Segurança até julho de 2025. Recursos federais também ficaram parados: dos mais de R$ 99 milhões repassados pelo Ministério da Justiça, pouco mais de R$ 39 milhões foram efetivamente usados.
Enquanto isso, o Rio sangra. Policiais morrem, comunidades vivem sob domínio de facções e milícias, e a população se acostuma com o medo. É inaceitável que, diante dessa realidade, o Estado mantenha dinheiro parado em contas públicas, valores que deveriam estar financiando operações, tecnologia, inteligência e políticas de prevenção.
Mais grave ainda é constatar que os gastos com inteligência despencaram 86% entre 2021 e 2022, justamente quando o avanço do crime organizado exige mais planejamento e menos improviso. O governo preferiu o discurso fácil da “guerra ao crime”, mas negligenciou as bases técnicas que sustentam uma política de segurança moderna e eficiente.
Cláudio Castro tenta culpar o governo federal, o ministro da Justiça e até o Supremo. Mas os números desmentem as justificativas: os recursos estavam disponíveis, e o Estado não os utilizou. Isso não é falta de apoio, é falta de gestão, de prioridade e, sobretudo, de compromisso com a vida dos fluminenses.
O Rio de Janeiro não precisa de discursos inflamados nem de operações espetaculares. Precisa de responsabilidade, planejamento e execução. De um governo que entenda que dinheiro público parado é segurança pública perdida. Cada real não investido é uma patrulha que não saiu às ruas, uma escola que não foi protegida, uma comunidade que ficou refém.
Chegou a hora de o governador Cláudio Castro assumir suas responsabilidades. Porque o crime não engole apenas o Estado, engole também a omissão.


