Faixa de canalização agora pode virar espaço de marketing para Massa FM ?

Faixa de canalização agora pode virar espaço de marketing para Massa FM ?

Na Avenida Brasil, esquina com a Avenida Herval, em Maringá, um veículo plotado da Rádio Massa foi flagrado estacionado sobre a faixa de canalização, área claramente sinalizada e de uso restrito. Onde há sinalização desse tipo, não se pode estacionar nem trafegar. A regra é conhecida, objetiva e vale para qualquer cidadão. Ainda assim, o veículo permaneceu no local acompanhado de dois wind banners, à frente e atrás da caminhonete, deixando claro que não se tratava de uma parada rápida, mas de uma ação deliberada de marketing.

O Código de Trânsito Brasileiro não deixa margem para interpretação. Estacionar sobre faixa de canalização é infração grave, conforme o artigo 181, inciso VIII, com multa, pontos na CNH e remoção do veículo. A faixa existe para organizar o fluxo e garantir segurança. Não é espaço promocional, não é vitrine comercial e muito menos território livre para quem se julga acima das regras.

O que torna o episódio ainda mais grave é o fato de a Rádio Massa pertencer à família do governador do Paraná. Justamente quem deveria dar exemplo de respeito às leis e às normas de convivência urbana protagoniza uma infração explícita, em plena via pública e em um dos cruzamentos mais movimentados da cidade.

Depois, o discurso fácil aparece. Dizem que Maringá é a “cidade da multa”, como se a fiscalização fosse o problema. Não é. O problema está na cultura do privilégio, na ideia de que alguns podem ocupar espaços proibidos porque têm poder, visibilidade ou ligação política. Lei não é sugestão e não deveria ser flexível conforme o sobrenome ou a influência de quem a descumpre.

Se nem uma emissora do pai do governador respeita regras básicas de trânsito, com que autoridade se cobra do cidadão comum? Enquanto esse tipo de comportamento for tratado como normal, reclamar de multa soa menos como indignação e mais como hipocrisia. Respeitar a lei começa pelo exemplo, e neste caso, o exemplo foi exatamente o oposto.

Redação O Diário de Maringá

Redação O Diário de Maringá

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