Motoristas de aplicativos devem ter seguridade social sem perder margem atual de lucro, afirma advogada previdenciarista

Motoristas de aplicativos devem ter seguridade social sem perder margem atual de lucro, afirma advogada previdenciarista

Carla Benedetti entende que discussão precisa acontecer para garantir direitos e proteção para mais de 1,6 milhão de trabalhadores

A discussão que pode levar a um acordo entre empresas de aplicativos e entregadores sobre previdência social pode se estender ainda mais. O Brasil tem 1,6 milhão de trabalhadores por aplicativo, o que engloba entregadores e motoristas, segundo dados do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). O debate não é novo, bem como os impasses que esbarram nas porcentagens de recolhimentos e lucros. 

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Carla Benedetti, advogada, mestre em Direito Previdenciário e doutoranda em Direito Constitucional pela PUC-SP, reflete sobre esses números que envolvem a discussão. Para a especialista, é preciso encontrar soluções que não comprometam a quantidade de corridas dos motoristas e, ao mesmo tempo, proporcionem uma proteção aos trabalhadores.

“O recolhimento precisa existir para proteger essa classe, mas isso desde que não diminua a lucratividade deles. A maioria trabalha na informalidade e protegê-los é o papel dessas empresas e também do governo”, alerta a especialista. 

A implementação do acordo que busca garantir a contribuição para a previdência, o que envolve desde proteção social e benefícios previdenciários, como aposentadoria e seguro de saúde, vai ter que apresentar uma definição clara de cálculos de contribuições e também a distribuição de responsabilidades entre as partes envolvidas. Segundo a advogada, a exposição desses trabalhadores é o ponto mais importante do debate. “A seguridade social visa dar esse apoio caso o trabalhador sofra um acidente ou tenha alguma doença. Esses trabalhadores estão mais expostos por circularem nas ruas. De uma forma geral, podemos entender a previdência social como uma proteção”. 

Vale lembrar que segundo o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apenas 23% dos trabalhadores de aplicativos contribuem com o INSS.

Redação O Diário de Maringá

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